1. Conservar a Unidade
Efésios 4:4 “ há somente um corpo e um Espírito,..”
Guardar a Fé
Esta passagem de Efésios mostra-nos que a luta pela unidade se dá a nível do espírito, pelo vínculo da paz. E nesse sentido definiram-se aspectos bíblicos, doutrinários, espirituais, em torno dos quais todos os cristãos e todas as comunidades cristãs gravitam.
Esse conjunto de ideias, de factos e verdades, fazem parte do objecto da nossa fé e portanto não se confundem. Na primeira Epístola de Paulo a Timóteo o apóstolo Paulo apela a que se trave o bom combate da fé.
“Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas” Timóteo 6:12
Na segunda Epístola de Paulo a Timóteo o apóstolo prevê o seu martírio e em breves palavras foca alguns aspectos que caracterizam a Igreja e as pessoas que se afirmam cristãs.
“ Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, recto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas a todos quantos amam a sua vinda.” Timóteo 4:6-8
A fé no Deus único, porém existente em três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo. (Mt. 3:16-17 ; Mt 28:19 ; 2 Co 13:13).
A fé na Bíblia como palavra inspirada por Deus (2 Pe 1:21 ; 2 Tm 3:16).
A fé relacionada com o que Cristo fez por nós e, na relação de Cristo connosco (tornou-se homem Jo 1:14) (morreu na cruz para a nossa redenção 1 Pe 2:24 ; Ap 5:9) ; (ressuscitou para garantir a nossa regeneração – nova vida Jo 3:5) ; (subiu aos céus para ser o Senhor de todos At 2: 32-36) ; (voltará como Noivo para a Igreja Jo 3:29 ;
Ap 19:7) ; (voltará para Reinar “como Rei dos Reis” Ap. 19:16).
A fé em relação ao caminho para nos tornarmos filhos de Deus (perdão de pecados At 10:34) ; (receber a Cristo Jo 1:14).
Também a fé em relação à Igreja. Igreja criada pelo Senhor Jesus Cristo (Mt 16:18). Igreja composta e organizada por homens sob a acção do Espírito Santo (At 6:1-7), composta por Cristão que formam o corpo de Cristo em que Jesus é a cabeça (Éf. 1:22,23 ; Cl 1:24), Igreja universalmente única (Ef. 4:4) e que tem um endereço certo e bem claro:
Rm. 1:72 “A todos os Amados de Deus…”
1 Co 1:2 “…Aos Santificados em Cristo Jesus,…”
Gl 1:2 “ …e todos os irmãos meus companheiros…”
Fl 1:12 “a todos os santos em Cristo…”
Cl 1:2 “…aos santos e fiéis Irmãos em Cristo”
Todos estes aspectos são convergentes e, em que todas as Igrejas genuinamente Cristãs crêem. Foram exaustivamente discutidos no passado e factor de concílios, Cristo quanto à sua essência e não quanto à sua forma. Assim, qualquer divisão que ocorra está ligada a questões periféricas, próprias de pessoas e comunidades, imaturas, sem a visão real do que é ser Igreja como corpo de Cristo.
Devemos então lutar na nossa fé por os aspectos referidos e, não dividir por doutrinas secundárias, porque esse foi o bom combate que Paulo referiu.
“Para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” 2 Tm 4:7.
A maior parte das divisões nascem por vaidade de homens que se tornam radicais ou dão demasiado valor a certos aspectos doutrinários. A questão do baptismo é um exemplo disso, uns defendem por imersão, outros por aspersão, uns em imersão em água corrente, outros em água salgada. A questão dos endemoninhados, igual chegando ao ponto de verem demónios em tudo o que é doença. Na escatologia então é uma confusão, para alguns o arrebatamento acontece antes da tribulação, para outros depois, para outros ainda será parcial. Desta forma nos desviamos do essencial que constitui a nossa fé, e perdemos o nosso tempo a discutir questões periféricas.
(Continua)
Por: Joaquim Ernesto Moura de Sousa
3 de Julho de 2012