´DESCRIÇÃO DO BLOG` Religião e Vida Contemporânea: Reflectindo no Perdão

sábado, julho 14, 2012

Reflectindo no Perdão





Reflectindo no Perdão 
Lucas 15:11-32 

Perdão, significa libertação.
Certamente que cada um de nós já viveu ou acompanhou alguém numa situação de revolta. Muitas dessas situações de revolta são o resultado de estigmas, de ciúmes e ódio que se desenvolvem no coração do Homem ao ponto de gerar ressentimentos ou raiva e desejo de vingança. O perdão é a ultima coisa na qual se pensa.
O perdão é certamente uma das doutrinas mais mal interpretadas na vida dos Cristãos. Perdoamos porque achamos que assim vamos ter mais saúde, perdoamos para poder amar, outros até dizem: não importa o que você fez o que importa é que você está perdoado. 
Na realidade é de arrepiar se pensarmos em esposas que são espancadas e mal tratadas pelos seus maridos, ou casais em que um deles humilha a vida do outro com aventuras amorosas e que são continuamente convidadas a perdoar pelos seus lideres. Eu pergunto será que é esse o tipo de amor e de perdão que os seus companheiros(as) necessitam? Será que é através de uma alegada “ignorância espiritual” que este tipo de pessoas se sentem livres das suas obrigações matrimoniais ou sociais? 
Tenho percebido que muitos caminham sem compreender a dimensão do perdão,  comportando-se como se vale-se tudo, e no final concerta-se com uns abraços e umas orações como que se assim se restitui-se os danos causados na vida do outro. Noto até alguma postura abusiva de alguns em relação aos outros, achando que depois tudo se resolve dessa forma, tornando-se assim “mestres” nesta área, conseguindo até inverter os papeis, deixando o ofendido no lugar de ofensor, passando então a contar uma nova história, ou seja, a história que convém às suas próprias consciências.
As escrituras nos ensinam que perdoar ou não perdoar depende muito do entendimento do que é o amor que Jesus demonstrou. Umas vezes o amor exige que perdoemos continuamente (Mt 18:21-22), outras vezes que digamos: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34). Mas, outras vezes o amor também exige que nos abstenhamos de perdoar, para o nosso bem e para o bem daquele que nos fez mal, ou seja, perdoar se existir manifesto e sincero arrependimento, “Tendo cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe.” ( Lucas 17:3-4). 
O exemplo de um arrependimento genuíno encontramos na “parábola do Filho Pródigo”  (Lc 15:11-32).
Se não fossemos perdoados, eximidos das consequências daquilo que fizemos, estariamos comprometidos na nossa condição humana e espiritual, porque sem o perdão a nossa capacidade de agir ficaria parcialmente limitada aos mesmo actos e sem possibilidade de mudança efectiva, para sempre vitimas dessas consequências e cativos no erro, escravos uns dos outros e mergulhados numa profunda solidão. Nós precisamos não somente de perdoar mas também de ser perdoados por aqueles aos quais ferimos.

Por: Joaquim Ernesto Moura de Sousa
14 de Julho de 2012


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